sábado, 19 de julho de 2014

23º dia: Vila Nova de Milfontes - Zambujeira do Mar

Dia 23 - V.N. Milfontes - Zambujeira do Mar
Total do dia: 30,2 km
Horas a pedalar: 2h 04 min
Total km acumulados: 738,8 km
Total horas a pedalar: 53h 13 min



Restavam-nos três dias para pedalar e cerca de 100 km para fazer mas as nossas contas foram mais difíceis do que prtir a coisa em 30 e poucos km por dia. Isto porque de Milfontes a Aljezur existem uns 4 campismos (em cerca de 45 km) mas de Aljezur a Sagres não existe nenhum (cerca de 50 km). Ou seja, o nosso último dia teria sempre que ser o mais pedalado dos três. A única dúvida então seria como dividiríamos o antepenúltimo e o penúltimo.

A nossa ideia original era ir de Milfontes a Odeceixe (40 km) ou, na loucura, até Aljezur (56 km) e depois ficar aí duas noites antes de partir para a meta. Isto porque hoje estava previsto a temperatura descer bastante e até chover, antes de ficar bom novamente amanhã e dias seguintes. Já que não estaria bom para praia, que se aproveitasse o fresquinho para pedalar.

E isto foi verdade de manhã. Saímos de Milfontes com tempo nublado e ameaça de chuva, algum vento à mistura e esta vista da ponte sobre o Mira:




Estão-se a acabar as pontes nesta viagem...

Estava vento e o tempo estava bem fresco por isso pensámos que talvez desse para ir direto a Aljezur. Mas isso significaria ir pela N120, que fica um bocado afastada da costa, e perder umas das melhores praias da Costa Vicentina: Zambujeira e Odeceixe.

O nosso caminho foi tranquilo, quase sempre pela N393 e N120 sem ver casas nem povoações, só erva alentejana, uma ou outra árvore de vez em quando e vários carros. A certa altura o Diogo teve a brilhante ideia de meter música no telemóvel para animar a monotonia da estrada e paisagem sempre iguais. Não sei como não nos lembrámos disto há mais tempo, há poucas ocasiões tão espetaculares para ouvir o "One for the Road" do que em plena bike trip, de cabelo ao vento, aos saltos no selim e poder cantá-la em plenos pulmões sem ninguém nos julgar. Talvez os condutores que vinham de frente o fizessem, mas quero lá saber. Foi muito divertido.
Divertido é também ver que agora o destino final da estrada nacional por onde andamos é este:
Lagos. Lagos! Já estamos quase no Algarve, nós, que há uma semana estávamos em Lisboa e há duas no Norte! E foram as nossas patas que nos trouxeram aqui. Ainda estou a digerir a coisa.
Em menos de nada, foi altura de cortar para a Zambujeira do Mar.




O Cabo Sardão, esse, passou-nos ao lado. Não queremos saber de cabos nesta viagem pela costa. Preferimos as praias e vilas à beira-mar.
Fomos almoçar à Zambujeira ainda sem saber qual seria o destino do dia. Mas assim que o sol começou a despontar e as nuvens a ir embora, decidimos aproveitar a belíssima praia da vila (melhor praia urbana, prémio das 7 Maravilhas!) e acabámos por acampar no campismo da Zambujeira.



Há toda uma arriba enorme para descer - e depois subir, claro está - que nos dá alguns calafrios quando a vemos. Provavelmente a pior tortura inocente para nós nesta altura é subir escadas. Os músculos mesmo por cima dos joelhos até gritam, é mesmo penoso. Mas bom, o que uma pessoa não faz por umas horinhas ao sol e banhos nestes mares lindíssimos. Algumas das conquistas mais sublimes desta vida envolvem dor física, já dizia o outro.
Portanto, temos mais dois dias para pedalar. Amanhã será obrigatoriamente Aljezur e depois Sagres, com meta ou no Cabo de São Vicente ou na Fortaleza de Sagres, ainda não decidimos. Nenhum deles é o ponto mais a sul de Portugal (esse fica em Faro, bandido), mas qualquer um deles tem um cunho simbólico grande. A costa algarvia terá que ficar para outra vez.



S.


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