9º dia: Praia do Pedrogão - Nazaré

Dia 9 - Praia do Pedrogão - Nazaré
Total do dia: 43,7 km
Horas a pedalar: 3h 34 min
Total km acumulados: 372,4 km
Total horas a pedalar: 27h 17 min

Mais uma noite de campismo, mais uma chuvada. Gostava de saber o que se está a passar aqui por terras lusas que em cinco noites passadas em campismo quatro delas choveu torrencialmente. Já para não falar nas temperaturas baixas que não convidam ao espojamento na praia. Para pedalar está ótimo, mas ainda assim é estranho.

Hoje foi o primeiro dia em que pedalámos à chuva. Nada de forte, antes aquela chuvinha molha-patos durante quase toda a manhã que irrita. Ainda assim, o nosso trajeto matinal de 20 km até a S. Pedro de Moel foi o mais feliz até agora. Sempre por ciclovia, com pinhal dos dois lados (mas do interessante e bem cheiroso, com paisagens lindíssimas), lado a lado, até cantámos.

Foi mesmo bonito.

20 km depois estávamos a chegar a S. Pedro de Moel e eu fiquei mesmo feliz por reconhecer o farol que havia visto quando andava a planear cada dia.

Lembro-me que na altura fiquei muito contente por vislumbrar a ciclovia na foto do farol, ao antever que pelo menos neste pedacinho da costa iríamos ter onde pedalar em segurança. Mal sabia eu que a costa portuguesa estava tão bem servida de ciclovias e que nem nos nossos melhores sonhos iríamos ciclar tanto por estradinhas de bicicleta por esse Portugal fora. Estamos francamente impressionados com as ciclovias portuguesas.

Depois da pausa para almoço em S. Pedro de Moel, uma vila bastante bonita construída pela encosta abaixo até ao mar, foi altura de pedalar mais 20 km até à Nazaré. Estava muito curiosa por passar nesta cidade, que já é quase um prenúncio de casa.

Não nos enganámos! Acho que desatámos a bater palmas quando vimos esta placa. Já estamos na Região Oeste! =')

O caminho até à Nazaré foi uma continuação de praias de falésias íngremes, de uma geografia completamente diferente das praias do norte e de Aveiro. Mas por isso mesmo, propícias a vistas incríveis:

Isto a contrastar com a praia formalmente "praia" mais próxima da estrada que vimos até agora:

Algures na ria de Aveiro, onde é que havia de ser.

Mesmo a chegar à Nazaré, ia desmaiando de esforço antecipado quando fizemos mais de um quilómetro a descer a pique, desde as arribas onde começa a cidade até juntinho ao areal. Quilómetro esse que teríamos que subir amanhã novamente. Entretanto lá descobrimos outro caminho que vai dar à nacional 242 e onde não existem subidas tão íngremes. É esperar para ver.

A Nazaré, essa, superou-nos completamente as expectativas. Cidade bonita, praia de arribas fenomenais, muito rebuliço e turismo como ainda não tínhamos visto em nenhum sítio costeiro desde que começámos a viagem.

Uma coisa curiosa: vi também pela primeira vez montes de banquinhas a vender pevides e tremoços, esses petiscos que me fazem lembrar tão fortemente as férias de verão da minha infância passadas na Consolação, perto de Peniche, e até a praia de S. Lourenço, na Ericeira, pelo que fiquei convencida que isto deve ser uma coisa muito típica aqui da região Oeste.

Finalmente, de referir que ainda chegámos à Nazaré a tempo de ver o final da 1ª etapa do Tour de França, que este ano começou na Inglaterra e que por isso - e pela outra razão óbvia do nosso tour de Portugal - estamos a seguir com renovado interesse. Amanhã vai acabar em Sheffield, a nossa futura casa a partir de setembro, e vamos fazer uma espécie de contra-relógio até à Foz do Arelho para ver se vemos o pelotão a chegar :)

                                                                                                                                                               S.

P.S. Aqueles marmanjos do Tour de France fazem 200 km por dia - 200! O Diogo diz que eu tenho que dar o desconto porque nós vamos carregados, eles não. É, é capaz de ser essa a diferença...