sexta-feira, 11 de julho de 2014

14º dia: Ericeira - Estoril

Dia 14 - Ericeira - Estoril
Total do dia: 53 km
Horas a pedalar: 3h 25 min
Total km acumulados: 538,4 km
Total horas a pedalar: 38h 57 min

O dia amanheceu quente e bem soalheiro, deixando-nos antever que o nosso regresso às pedaladas, num dos troços mais difíceis do nosso percurso, não ia ser nada fácil.

E não foi. Foi muito sofrível, e só não foi impossível porque neste dia tivemos carro de apoio ao longo de todo o trajeto da manhã.


O número de km para fazer este trajeto mesmo junto à costa, incluindo Cabo da Roca, ultrapassaria os 60 km. Se juntarmos a isto a seguinte expressão "Serra de Sintra", depressa se conclui que não sairíamos dali vivos. Em saindo vivos, não sairíamos inteiros. De forma que tivémos a ajuda preciosa do carro de apoio durante dois momentos cruciais do trajeto: a subida de Colares e a ida e volta ao Cabo da Roca. Estes cerca de 10 km totais não estão contabilizados nas estatísticas do Garmin. Podem por isso constatar o que sofremos na primeira parte do troço Ericeira-Estoril:





Pela vossa saúde, não façam voltas de bicicleta na zona Oeste. A sério. Tem sido uma escalada de impossíveis subidas que nós não fazíamos ideia, mesmo conhecendo as estradas.


A subida que melhor conhecíamos era a da Foz do Lizandro - Carvoeira, à saída da Ericeira. É a que começa após os 5 km e foi feita com uma ou outra paragem pelo meio. Ainda assim, é uma subida longa e serpenteante, pelo que não é tão má como poderia ser. E foi ao início, ainda estávamos frescos de exercício (frescos de tempertura nunca estivemos, o calor não deu tréguas).


Aqui já após a subida da Carvoeira e antes de cortar para S. Julião.

 A seguir cortámos para S. Julião e fomos encostados à costa. As paisagens deslumbrantes sucederam-se em catadupa. Subidas do demo, também. 



A praia de S. Julião.


Um lago à beira da estrada em Assafora.


Subida do demo que se avizinha. Lembro-me de dizer, cá em baixo ainda, com muita resolução: "Eu não vou subir isto." Subi. (que remédio.)


No topo de uma das subidas.


Para as Azenhas do Mar.



As Azenhas do Mar e a piscina natural de água salgada.

A parte final da costa oeste é qualquer coisa de temível mas de incrivelmente belo. Em retrospetiva, valeu o esforço. Mas só porque tivemos apoio em Colares, arrisco a dizê-lo.


Em Colares almoçámos antes da etapa do Cabo da Roca e da descida para o Guincho e Cascais. Fomos levados de Colares quase até ao topo da serra, nos cerca de 4 km mais difíceis e perigosos de toda a nossa viagem. Depois disso ainda houve mais uns 7 de ida e volta ao Cabo da Roca, o primeiro - e arrisco a dizê-lo, último - cabo que visitámos durante a viagem.


Nunca pensei ser capaz de sentir frio naquele dia. O Cabo da Roca tornou isso possível.


Os dois turistas no ponto mais ocidental da Europa.


Os apoiantes do carro de apoio :)


A vista da Roca.

Saídos dali foi hora de voltar a dar ao pedal até ao Guincho e depois apanhar a ciclovia que nos levaria até Cascais. O nosso destino do dia seria o Estoril. 




Os primeiros 7 km foram sempre a descer. Ui, maravilha, não fosse o vento fortíssimo que me fez ver a vida a andar para trás várias vezes. Como todos os ciclistas sabem, o vento é dos elementos climatéricos o nosso pior inimigo.



A praia do Guincho.


A ciclovia, a única desde Santa Cruz.

A partir do Guincho, a ventania acalmou e nós seguimos os cerca de 15 km que ainda nos restavam sem dificuldade. Ciclovia até à belíssima cidade de Cascais, Av. Marginal até ao Estoril. Incrível como aquela zona é tão diferente de tudo o resto que já vimos até aqui da costa portuguesa.


Ainda passámos na Boca do Inferno. No meio de tanta subida infernal que tivémos nos últimos, esta boca do "inferno", que mesmo ali à beira da estrada e que nem subida para lá chegar tem, não nos surpreendeu. 


A baía de Cascais.

Chegados ao Estoril, ainda deu para um mergulho na piscina e relaxar um bocadinho antes de partir - de comboio, cá gente maluca - para ver os meus adorados Arctic Monkeys no Nos Alive. As nossas pernas estão a modos que irreconhecíveis.


Só os Monkeys para me fazerem fazer estes sacrifícios.




S.



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