domingo, 13 de julho de 2014

17º dia: Fernão Ferro - Setúbal

Dia 17 - Fernão Ferro (Sesimbra) - Setúbal
Total do dia: 23,6 km
Horas a pedalar: 1h 41 min
Total km acumulados: 598,6 km
Total horas a pedalar: 43h 57 min




Hoje acordámos com uma discussão matrimonial entre o casal vizinho, o que é sempre uma boa forma de começar o dia. Felizmente, escolhemos um bom sítio com sombra e não começámos a derreter dentro da tenda logo às 7 da manhã. Ainda assim, a nossa intenção era levantar razoavelmente cedo e fazer os 20 km que distam do Parque Verde em Fernão Ferro até Setúbal ainda antes do almoço. A praia magnífica de Tróia já brilhava no nosso imaginário. Mas para isso havia que atravessar a Arrábida primeiro e eu não fazia ideia de quão mau iria ser.
Através do cycleroute.org, sabia que havia uma subida desde o km 7 ao km 13 que iria desde os 50 m até aos 150. A minha esperança era que aquilo fosse gradual e portanto aguentável. A partir do pico dos 13 km haveria uma mega descida durante mais uns 3 ou 4 km, mais uma pequena subida e depois seria sempre a descer.
Tivémos alguns problemas até apanhar a N10 porque o meu GPS ia em modo de caminhar e aquilo começou a mandar-nos por caminhos de cabras mais uma vez. Sendo que os nossos aparelhos estavam todos em modo bateria fraca, suámos um bocadinho com os nervos ao ver que a porcaria da N10 nunca mais aparecia.
Lá apareceu, e a partir daí foi sempre em frente, em direção a Setúbal.




Chegados a Azeitão comecei a suar (metaforicamente, literalmente já tinha começado há muito. Estava calor.) Sabia que era a vila do lado norte da Arrábida, encostadinha à serra e portanto prenunciadora das subidas do dia. Cada vez que havia uma curva era ouvir-me a respirar fundo.


No topo de uma das subidas respeitáveis.


Foram duas ou três subidas respeitáveis, nenhuma infernal e muito aquém do que para o que eu estava preparada mentalmente. O que aconteceu foi que nós subimos durante 7 km, sim, mas grande parte deles de forma bastante gradual. Assim é que é, serras! Aprendam com a Arrábida.

Quando de repente começamos a descer sem parar, permitimo-nos acreditar que se calhar o pior já tinha mesmo passado. Só faltava uma, mais pequenina. E assim foi. Não demorou muito até vermos Setúbal ao fundo e isto:



Ciclovia desenhada na via! Fez-me lembrar Bruxelas, onde estes desenhos aparecem em quase todas as ruas. :) 

Chegámos a Setúbal um pouco depois do meio-dia e meia, portanto foi agarrar numas porcarias quaisquer do Mac, fazer check-in no hotel, deixar as coisas e agarrar nos fatos-de-banho e toalhas, e zarpar em direção ao ferry para Tróia.


A Arrábida ao fundo, já sem meter medo.


No ferry, deixando Setúbal ao largo.

A nossa intenção era ficar em Tróia, estar já do lado de lá a esta hora. Infelizmente, Tróia só tem dois hotéis (caros como requer a aura seleta que Tróia adquiriu) e zero parques de campismo (muito esforço para tornar Tróia o mais inacessível ao povão possível) daí que os turistas de pé descalço ficam em Setúbal e apanham o ferry para lá e para cá para irem à praia dos ricos e é se querem. Ainda assim, não é mau. Em que outra ocasião jantaríamos nós em Setúbal e pernoitaríamos nesta cidade?


Tróia e as suas ciclovias.





Seleta ou não, objetivamente, Tróia é das praias mais quasi-paradisíacas que conheço em Portugal. Areia muito fininha e branca, mar sempre calmo, azul-turquesa e límpido. Só é pena o vento que costuma estar, mas que hoje deu tréguas. Estiveram quase 30 graus mas soprava uma brisa muito leve, o que fez com que o dia estivesse mesmo perfeito e como nunca apanhámos nesta praia. Só faltou vermos um golfinho durante a viagem de ferry.




S.

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