quarta-feira, 2 de julho de 2014

6º dia: Costa Nova do Prado - Praia da Tocha

Dia 6: Costa Nova do Prado (Gafanha da Encarnação) - Praia da Tocha (Cantanhede)
Total do dia: 34,7 km
Horas a pedalar: 2h 23 min
Total km acumulados: 248,4 km
Total horas a pedalar: 17h 53 min




Como se pode ver pelos parênteses utilizados, estamos agora a passar em terras mais pequenas e bem menos conhecidas. Mesmo as terras entre parênteses, Gafanha da Encarnação e Cantanhede, ainda há uma semana não as sabia identificar no mapa. Agora não só sabemos localizá-las como também o que distam uma da outra. Estão a ser umas férias educativas geograficamente.
E por falar em Geografia, fico muito feliz por poder anunciar que já estamos no distrito de Coimbra! Ou seja, já chegámos à zona centro portuguesa, e já saímos do norte, donde partimos. No mapa já é qualquer coisa que se veja.
Ontem depois de termos regressado ao campismo depois de jantar e ter visto as nuvens negras que se aproximavam, soubemos logo que ia haver festa. Foi mais uma noite de chuva torrencial e poucas horas de sono. Com a diferença de que desta vez não houve vento porque montámos a tenda perto de um arbusto enorme, e porque descobrimos a função do paninho aparentemente inútil que vinha com a tenda (tapar o respiradouro no teto. Somos muito amadores, eu sei.) Conclusão: foi um bocado menos mau do que na primeira noite de campismo, mas ainda assim nada agradável. Estamos a ter um azar do caraças, em três noites de campismo choveu torrencialmente em duas. Temo o que esteja reservado para hoje.
Quando acordámos, depois de verificar os estragos e de concluir que não havia nada a apontar, fomos espreitar a praia.



O campismo da Costa Nova está integrado nas dunas, de um lado tem o mar e do outro tem a ria. Tem acesso direto à praia, uma praia com horário de abertura e fecho.


Bizarro.

Dunas, de uma areia branca e fininha, e extensão de areia e costa deserta a perder de vista. Uma paisagem memorável.



Partimos em direção à Praia de Mira, onde parámos para almoçar. Foram 21 km bastante agradáveis, que incluíram ciclovia junto à ria, estradas secundárias perto da praia e estradas nacionais por entre povoações.


Um parque aquático com o total de dois escorregas.


Seguir a placa com o nome do nosso destino ou seguir a placa que indica ciclovia? Decisões, só decisões...

Praia de Mira é uma vila pequenina - talvez nem chegue a ser vila - que vive completamente do turismo balnear, com os cafés virados para o mar, e que levou uma renovação recente no seu passeio marítimo e nas infraestruturas de praia. Começa a ser bastante recorrente este tipo de lugarejos na nossa visita. Praia de Mira tinha o acréscimo de viver também do turismo da ria, que por ali acaba.


Não sei se é do conhecimento geral, mas a ria é mesmo uma parte importante de uma área considerável da costa portuguesa. Se contarmos que foram precisos três dias a pedalar para nos livrarmos dela, vê-se bem a dimensão deste reservatório natural de água doce. É incrivelmente bonita em certas zonas, noutras é só irritante ou malcheirosa, mas não deixa de ser marcante. Um bem-haja à ria de Aveiro e até um dia.
A segunda parte do dia foi a altura em que passámos para o distrito de Coimbra. Foram cerca de 18 km incrivelmente chatos de se fazerem, uma vez que uns 15 deles foram feitos sempre a direito, numa Estrada Florestal, e destes 15, 5 km foram uma tortura de piso em mau estado. Estas "Estradas Florestais" (chamam-se mesmo assim) começam a ser outra parte corriqueira do nosso percurso, se bem que nenhuma ainda com as condições da estrada que liga Espinho ao Furadouro. Esta foi incrivelmente má na primeira parte e incrivelmente aborrecida na segunda. Nem quero pensar que amanhã vão ser mais 15 km disto.  


Alcatrão e pinheiros, até onde a vista alcança.

Infelizmente o relógio dos quilómetros pifou (provavelmente de aborrecimento) uns 3-4 km antes de chegarmos ao destino do dia pelo que a contabilização oficial e o mapa acima estão um pouquinho incompletos. Mas o que conta é o registado, nada a fazer.
Chegados à Praia da Tocha foi altura de montar a tenda - devo dizer que já estamos a ficar profissionais, até estendal com os fios que aparentemente não serviam para nada conseguimos fazer - e ir ao centro jantar. Sendo que aqui, "centro" se resume aos quatro cafés/snack-bares em frente à praia.


O mar que aqui já é claramente mais selvagem do que no Norte.


Foi um passeiozinho agradável ainda assim.

Agora é só fazer figas para que esta noite não chova. Há roupa a precisar de secar e dois turistas a precisarem de dormir.



S.


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